"Criando Seus Presentes" no Atelier arte de freitas


Nesse Natal, ganhe e dê presentes criativos feitos por suas crianças. De 17 a 21 de dezembro, o Atelier Arte de Freitas promove a semana do presente criativo. O curso, para crianças acima de 5 anos, é ministrado pela Professora Cristiana de Freitas e objetiva criar presentes de Natal exclusivos através da habilidade e imaginação das crianças, além de ser uma ótima opção de lazer durante o período de férias. São aulas diárias com 3 horas de duração, um intervalo e lanche incluso.

Data: 17 a 21 de dezembro
Horário: 9:00 as 12:00 ou 14:00 as 17:00
Local: Rua Pernambuco n° 3228, Redentora - São José do Rio Preto - SP
Investimento: R$180,00 (todo material incluso)
Telefone: (17) 3235 2406

Rio-pretenses expõem em museu de Viena

Igor Galante (foto: Pierre Duarte)

Os trabalhos de 20 artistas brasileiros estão desde quinta-feira expostos no Mozarthaus, em Viena, num projeto comemorativo aos 250 anos de Mozart. Entre os artistas figuram dois nomes rio-pretenses: Cristiana e Thais de Freitas. A exposição é apenas parte de uma iniciativa que envolveu também a publicação de um livro-catálogo com as obras de todos os artistas envolvidos. Se na exposição em Viena, foi levado um trabalho de cada artista, totalizando 20, no livro constam os registros das 25 obras produzidas por eles - o que totaliza 500 trabalhos. O convite aos artistas partiu da curadora Regina Mello. Anteontem, na abertura da exposição em Viena, os artistas - incluindo as rio-pretenses - fizeram parte de uma videoconferência com membros da embaixada brasileira na Áustria e o diretor do Mozarthaus, Ger-hard Vitek. Segundo Cristiana, a idéia do livro (intitulado Original - livro de artistas) é movimentar os ateliês, divulgar a arte aqui no Brasil e no mundo, e, principalmente, criar um intercâmbio entre os participantes.

“Foram editados 20 livros, cada um com as 25 obras de cada artista criadas para o projeto. Todos têm o exemplar dos outros, e uma pequena cota será destinada a arquivos públicos, como o Palácio das Artes, em Belo Horizonte e o próprio Museu de Viena”, diz Cristiana de Freitas. Os outros artistas brasileiros presentes no projeto são Adão Rodrigues, Ana Cristina Brandão, Daniela Bezerra, Fátima Pena, Iara Abreu, Júlia Márcia, Júlia Viegas, Liliane Dardot, Lúcia Misael, Maria Cheung, Mario Vale, Mary Lane Amaral, Mônica Sartori, Regina Mello, Ricardo Giannetti, Roberto Vieira, Sonia Labouriau e Wilmar Silva. Confira os trabalhos no site www.mozarthausvienna.at.

Lançamento do projeto Original - Livro de Artistas


14 de agosto, segunda-feira, às 19h. Jardins Internos.

Preço: Entrada Franca.
O projeto Original – Livro de Artistas, idealizado por Regina Mello, tem como tema de estréia Mozart 250 anos. 25 livros foram produzidos (com 20 páginas cada um), por 20 artistas brasileiros das áreas de artes plásticas e poesia. Em 14 de agosto, segunda-feira, às 19h, nos Jardins Internos, o público poderá conferir um vídeo com as 500 imagens desses trabalhos. O evento marca também a entrega oficial de 20 livros aos artistas que participaram dessa edição do projeto. A entrada é franca.

Dos outros 5 livros, três foram doados para os acervos do Museu Nacional de Belas Artes, da Superintendência de Artes Visuais da Fundação Clóvis Salgado e do Wien Museum em Viena (Áustria), com o objetivo de homenagear Mozart. Um exemplar foi para o arquivo do projeto Original – Livro de Artistas e o último vai percorrer exposições itinerantes – sendo a primeira em setembro, na Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, em Belo Horizonte.

Os artistas que participaram dessa edição foram Adão Rodrigues, Ana Cristina Brandão, Cristiana de Freitas, Daniela Bezerra, Fátima Pena, Iara Abreu, Júlia Márcia, Júlia Viegas, Liliane Dardot, Lúcia Misael, Maria Cheung, Mario Vale, Mary Lane Amaral, Mônica Sartori, Regina Mello, Ricardo Giannetti, Roberto Vieira, Sônia Labouriau, Thaïs de Freitas, Wilmar Silva.


Thaïs de Freitas leva Áuto Retrato' ao Sesi

A artista plástica rio-pretense Thais de Freitas chega ao espaço cultural do Sesi com uma exposição ampla, não tanto pela quantidade de obras (apesar de que 44 trabalhos é sim um bom número), mas pelo período que abrange. No lugar de uma mostra apenas com a produção mais recente, Thais optou por apresentar ao público o resultado de 20 anos de criações, desde o início da carreira, em 1986, até hoje. A exposição leva o nome adequado de “Auto Retrato”. Foi inaugurada ontem e fica aberta à visitação até o dia 27 deste mês, no Sesi da Represa. Apesar de haver um fio condutor que dá às obras uma intenção de unidade (entendida como a própria identidade da artista), “Auto Retrato” revela as fases (ou as faces) de Thais, resultado das diversas experimentações ao longo de duas décadas.

“Estão ali minhas buscas, experiências, afinidades, vivências, erros e acertos, por meio de alguns desenhos, gravuras, colagens e pinturas”, explica a artista. O aspecto positivo de uma exposição como essa, com cara de retrospectiva de uma vida, é que ela dá chance de conferir trabalhos jamais vistos em público, especialmente o estudo das instalações pseudo-arqueológicas, iniciada em 1999. Até porque Thais expôs pouco nos últimos anos. “Fiz uma exposição no ano passado, mas antes a última individual foi em 1997”, diz. “Agora estou colhendo os resultados verdadeiros de todo esse trabalho”. No ano passado, Thais, ao lado da irmã, a também artista Cristiana de Freitas, fez parte de uma coletiva de artistas brasileiros no Mozarthaus, em Viena, num projeto comemorativo aos 250 anos de Mozart, e este ano integra com outros rio-pretenses uma série de projetos para exposição em Portugal.

Igor Galante (foto: Guilherme Baffi)

Serviço
‘Auto Retrato’. De Thais de Freitas. Até o dia 27, no Sesi. Informações pelo telefone (17) 3224-6611


VIVA - Artista busca em objetos da infância a inspiração para criar

Pense naquela boneca desgrenhada que você tanto gostava, naquelas bolinhas de gude americanas, no peão batatinha, na medalhinha de Santo Antonio, na folha de outono que ganhou do primeiro namorado, na bengala de madeira de seu avô ou até mesmo naquele velho chinelinho pompom. Pegue tudo isso e faça virar arte. Não consegue? Mas é possível. É o caso da exposição “Preciosidades da Minha Vida”, da artista plástica rio-pretense Cristiana de Freitas, que interagiu com pintura e objetos de infância, numa técnica conhecida como assemblage.

A exposição, no Sesi de Rio Preto, consiste em gavetas dispostas na parede como pequenas vitrines, em uma série de “cenários imaginários”, relativos a suas lembranças de passagens vividas na infância em Rio Preto. “Eu quis que minha cidade fosse a primeira a ver minha exposição individual”, diz. “Quero repartir com o público meus guardados de infância, que fará com que as pessoas também se lembrem das suas”, acrescenta.

As pinturas com alguns objetos adicionados são vitrines de sapato da adolescência; roupas de bonecas; uma rosa seca, lembrança da fase passada na casa de um tio, que a acordava diariamente com uma rosa; penhoar, presente de sua avó; cacos de um destilador, feito por um tio dono de laboratório na cidade, como colaboração para uma feira de ciências da qual participou; fitas do Senhor do Bonfim; medalhas que foram presentes de seus avós e do padre Chico, então pároco da Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração, na Redentora.

Essa é sua primeira exposição individual em Rio Preto. Cristiana já realizou as exposições “Incisões”, com fotografias, no Goethe Instituto, em Curitiba, em 2004; “Luzes, Cores e Sabores - A Magia da Cidade da Bahia”, composta de fotografias, no Hotel Tropical da Bahia, na capital, Salvador. Participou de exposições coletivas em 1996, da “Exposição Geral do Daert”, na UFU (Universidade Federal de Uberlândia); em 1997, da Exposição “Presépios”, promovida pelo Sesc de Rio Preto; em 1999, “A Última Exposição do Milênio”, na Casa de Cultura de Rio Preto.

De outros eventos, Cristiana participou da curadoria do Projeto de Restauração da Via Sacra de José Antônio da Silva, em exposição permanente na Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração, em Rio Preto; e da curadoria da exposição da Via Sacra de José Antônio da Silva no Museu de Arte da Bahia, em Salvador.

A exposição “Preciosidades de Uma Vida” fica aberta para visitação das 8h às 18h, no Espaço Cultural do Sesi, até o dia 16 de fevereiro. A entrada é franca.

Técnica compõe e dispõe objetos

Assemblage é uma expressão francesa utilizada para designar o objeto artístico produzido pelo agrupamento de materiais diversos e faz parte do universo do ex-aluno de Guignard, o mineiro de Araguari Farnese de Andrade, que construía suas obras com restos de madeira, brinquedos, conchas, detritos vindos do mar, fotos. As assemblages reúnem um universo estético que se superpõe à expressividade por seu conteúdo estético, enigmático e poético.

Os mágicos circuitos da pintura e da escultura funcionam como um meio de comunicação no amontoado de elementos em sua linguagem lúdica, enigmática. A técnica compõe os objetos dentro de um conceito basicamente emocional para depois dispô-los em forma de arte conceitual.

Por volta de 1978, Paul Gauthier, um crítico de grande prestígio em Paris, definia as assemblages um tanto paradoxalmente, dizendo que a “essência alegórica das coisas e a parábola simbólica do labirinto adquiridas nestas obras dá o sentido global da vida, a significativa cosmogonia da humanidade, perdida na imensidão do tempo e do espaço e encarando uma cultura explodida face a uma civillização em crise, de um mundo totalmente quebrado”

Enfim, a assemblage é a reafirmação do conceito de arte pela reflexão no exercício da composição e da desconstrução do objeto em bruto, considerando-se essencialmente o desgaste do material provocado pelo tempo.


18/1/2006 - Jair Lemos, Jornal Bom Dia - S. J. do Rio Preto, SP


Luzes, cores e sabores. A magia da cidade da Bahia

A cidade negra da Bahia, plantada no alto da montanha e derramando-se sobre o imenso mar, ora azul, ora verde-esmeralda, abençoada por uma legião de santos e deuses do culto católico e do candomblé africano, sempre teve a fama de conquistar a alma e o coração de quem a visita. Dificilmente uma pessoa sensível não se renderia à beleza e à magia desta Roma Negra, misteriosa e sedutora, que há vários séculos vem seduzindo poetas, compositores, pintores, boêmios e artistas. Foi assim com Hansen, que vindo da Alemanha, acabou apaixonando-se a ponto de anexar o nome da cidade ao seu próprio, transformando-o em Hansen Bahia. Foi assim com Pierre Verger, o mago da fotografia, que, nascido de nobre família francesa,aqui se tornou babalorixá e um dos mais respeitados conhecedores dos segredos da religião africana, divulgando a Bahia pelo mundo afora. Assim foi, também, com Carybé, nascido em Lanus na Argentina e que se tornaria o mais baiano dos nossos pintores, todos deslumbrados e rendidos às cores, aos cheiros e principalmente à luz desta cidade tão luminosa, que tudo transforma, tudo recria.

Ah se tens amor à tua terra, não venhas à Bahia, sejas de Roma, Atenas, Budapeste, Rio de Janeiro, Manaus, Curitiba ou São José do Rio Preto, pois corres um grande risco de deixar-te seduzir pelos becos e ladeiras íngremes que levam aos casarões repletos de histórias e lendas, onde mora um povo mestiço, sensual e hospitaleiro, sempre de braços dados com a dança e a alegria.E nas malhas e tramas do mistério que só essa cidade tem,ela, que já fez tantos perderem sua cidadania - Rescala, Jenner, Dimitri, Floriano e outros,parece ter também seduzido Cristiana de Freitas, paulista de São José do Rio Preto.Vinda da terra José Antônio da Silva, pintor naïf dos mais conhecidos do Brasil, cuja obra a Bahia conheceu nos salões da SBBA e Bienais Nacionais da Bahia e, mais recentemente, pelas mãos da própria Cristiana, na mostra de sua Via Sacra, no MAB em abril próximo passado, esta fotógrafa parece ter herdado do conterrâneo o gosto pelas cores fortes e formas exuberantes. Com pouca vivência na Bahia, cidade que conheceu há pouco mais de um ano, Cristiana de Freitas soube como poucos perceber a luz, as formas e as cores da primeira capital do Brasil.

Suas imagens captam ângulos de ruas, telhados, portadas, raras vezes vistos, iluminados pelo sol da tarde, carregados de luz e sombra, denunciando sem querer o descaso com a preservação do patrimônio histórico e a precariedade em que vive o povo humilde da Bahia, tornando-se, assim, além de foto-documento, uma denúncia social. Mas é nas feiras e nos mercados populares que Cristiana conseguiu clicar, com muita maestria, a riqueza do artesanato e a profusão de cores das frutas e ingredientes da culinária da Bahia. Dando preferência às cores primárias e complementares, ao contraste de luz e sombra, produziu com muita felicidade fotos que retratam as barracas de venda de jenipapo e aipim, pimenta malagueta (onde o vermelho e o verde contrastantes lembram o conterrâneo famoso). Com seu olhar perspicaz, fotografou o cais de Água de Meninos , hoje São Joaquim, com sua água morna onde singram os barcos e os saveiros vindos do Recôncavo, trazendo as frutas frescas, a farinha, os beijus, o camarão seco, a pimenta, o azeite de dendê, que mais tarde farão a delícia dos pratos típicos nas casas, nos restaurantes e nos tabuleiros, que se espalham pelas ruas e praças da cidade da Bahia. Sua marinha aqui exposta lembra os quadros de Mendonça Filho, Presciliano Silva e Alberto Valença.

O povo da Bahia se faz presente na sensual baianidade de Rachid, com seu belo penteado de contas azuis, fazendo contraponto com o mar verde-esmeralda, tal como um Deus Negro vindo das terras de Ogum para seduzir as loiras sereias das praias da Bahia de Todos os Santos; na postura de rainha de Negra Jô, na elegância de Sônia, no discreto charme de Antônio Marcelino, colecionador de postais e alfarrábios, um sergipano que há anos também se rendeu aos encantos de Salvador, incorporando-se às celebridades da verdadeira Bahia. Cristiana, com seu charme e seu sorriso encantador, conquistou e foi conquistada por Jayme Fygura, artista performático para uns, esquisito e enigmático para muitos, sempre visto desfilando com um guarda-roupa extravagante, criado pelo próprio, sempre de negro, feito de pesados tecidos ou borracha, escondendo sua face com máscaras e arrastando correntes, em pleno sol de 30°, num misto de protesto e loucura, contribuindo assim para personificar esta cidade, que Cristiana tão bem soube captar com sua lente mágica.

As fotografias de Cristiana expressam, através das cores, formas, composição e temática um canto de amor à cidade no que ela tem de mais autêntico: seu casario colonial, sua paisagem, seus costumes, suas frutas, sua religiosidade, sua produção artesanal e, principalmente, sua gente mestiça, sempre com um sorriso nos lábios, uma ginga matreira e um mistério no olhar.

José Dirson Argolo